sexta-feira, 2 de julho de 2010

Da Seleção Brasileira e da cidadania

Parodiando uma frase que ficou muito popular nos últimos anos: “Nunca na história deste país a realidade brasileira fora de campo foi melhor do que aquela que vimos lá nos campos da África do Sul”. Que me perdoem o infeliz trocadilho. Entretanto, ao menos desta vez, não teremos nenhum candidato, de qualquer partido, "fazendo gol com a bola dos outros".


Por isso, neste exato momento no qual estamos todos lamentando o destino da Seleção Brasileira na Copa do mundo 2010, gostaria de propor uma reflexão a todos nós brasileiros: Temos, realmente, mais razão para nos lamentar do que para comemorar?


A derrota para Holanda por 2 x 1 na manhã deste dia 02 de julho de 2010 pode ser vista também por outro ângulo positivo. Pois, se durante todos estes anos desde 1958 até 2002, durante os quais fomos “os grandes campeões” e chegamos ao Pentacampeonato, temos ouvido dizer que o futebol é o ópio do povo e dele se beneficiam “àqueles outros brasileiros” para desviarem a nossa atenção das questões que verdadeiramente nos levaria a uma conquista histórica, a do título de campeões do mundo em desenvolvimento, não só econômico, mas principalmente social. Então, com a abreviação do final da “Copa da África” abrevia-se também o estado de catarse que este ópio do povo costuma nos causar e, portanto, também abreviamos o início das verdadeiras discussões que devem nos interessar.
Embora sejam tão comuns os debates de quatro em quatro ano entre todos os cidadãos brasileiros, de qualquer gênero, infelizmente estes se restringem ao desempenho de nossos representantes na Seleção Brasileira de futebol e não àqueles representantes que, verdadeiramente, poderiam nos tornar campeões do mundo naquela outra categoria na qual os times da Europa tem nos dado um banho de futebol.
O pior é que este outro calendário coincide com a Copa do Mundo de futebol, parece até que foi planejamento justamente com este propósito, para coincidirem com aquelas que são as eleições brasileiras mais importantes, a do nosso Parlamento Nacional e as eleições majoritárias daqueles que conduzirão os nossos destinos, enquanto cidadãos brasileiros, pelo menos durante os próximos quatro anos e até Copa do Mundo de 2014.

Portanto, vamos aproveitar esta oportunidade na qual o destino está nos sorrindo com o que pode até nos parecer uma “tragédia”, a desclassificação da Seleção Brasileira nas quartas de final da Copa do Mundo da África do Sul, no qual estamos também “motivados” pelas eventuais “arbitrariedades” dos juízes de futebol no resultado do jogo da Seleção Brasileira contra a Holanda, e vamos agora “ligar nossas televisões” e assistir a estes outros embates aqui nos “campos do Brasil” tão atentamente quanto o fizemos aos embates nos campos da África.
Porém, nesta outra "Copa do Mundo do Brasil", que também só acontece de quatro em quatro anos, existe uma grande diferença: nós cidadãos brasileiros teremos uma condição única e privilegiada na qual todos os torcedores de qualquer seleção, de qualquer país e em qualquer Copa do Mundo almejariam estar: ser ao mesmo tempo o árbitro destas partidas e ainda, ao final, serem também os verdadeiros campeões que levantarão a taça.
Vamos lá Brasil!!!

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